Pular para o conteúdo principal

A Pedra do Vaqueiro (reconto popular)


Há muito tempo atrás, em uma sexta-feira santa, quando a madrugada ainda se tornava criança ao som do galo, em uma fazenda situado no rosarim, em determinado período um dos gados fugiu do curral e foi em direção ao monte Bom Jesus, no caminho as velas e as oferendas clareavam a estrada, mas naquele período sabia-se que os moradores não podiam sair de suas residências por respeito ao dia santo. No entanto, o vaqueiro mesmo sabendo da situação, por não querer chatear seu patrão resolveu ir assim mesmo atrás do gado. Então foi, começou a perseguição do animal morro acima. A mata era densa, e o animal violento, para o vaqueiro, o seu maior companheiro era o seu cão e o cavalo, que o acompanhavam em suas labutas diárias. Ao chegar ao topo do morro, o animal ficou mais agressivo, o cachorro junto com o vaqueiro e o cavalo foram encurralados pelo animal e em um espasmo de segundo, o boi investiu contra eles já quando se situavam a beira de uma grande pedra, a mais alta. O vaqueiro e seus animais caíram, levando junto com si o animal transgressor e violento. Em alguns minutos, quase ao amanhecer o dia, um grupo de vaqueiros saíram a sua procura, já que viram a sua situação e se incomodaram ao perceberem o gritou que ele braveou quando caía com seus animais da pedra. Ao chegarem ao local, simplesmente não foi encontrado nenhum vestígio da queda e tampouco dos animais que com ele fora e o animal violento, causando assim o medo e a incógnita do vaqueiro e a pedra.
Durante sete anos, entre os períodos das sextas-feiras santas, sempre as madrugadas, nos horários em que o vaqueiro corria atrás do gado, ouve-se os latidos do cachorro o grito do vaqueiro que vagava pelas ruas e encruzilhadas do monte. Dizem que o vaqueiro ia boiando, o boi chaqualhava o chocalho e por ter tido morte sofrida, não adentrou o céu, foi predestinado a vagar por sete anos sobre a terra, ninguém o via, mas simplesmente o escutavam sempre retornando ao local.


 Dos escritores:

Ana Deise Araújo Lima e
Jameson Brandão



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dia de São Berto Lameu (conto)

Jameson Brandão Era um dia santo, e tudo começara em uma sexta feira. O vento e o barulho da floresta se manifestavam e se mostrara vivos, mas o dia era santo, a noite também. Ao cair da tarde, o crepúsculo manifestara-se de forma abstrata, o vento não era o mesmo, a floresta também mudara. Um senhor muito supersticioso que tinha por volta de seus setenta anos, na roça se encontrara, se quer lembrara-se desse dia, mas não estava sozinho, fora com seu companheiro Boca-Preta, o amigo cão inseparável de suas viagens. Ele dentro do barraco tomara seu café e se preparara para repousar, o dia no campo é difícil, o trabalho é pesado e o sol é quem mais castiga o trabalhador. Foi quando do lado de fora da casa um trovejo se formara, o cachorro tinha acuado um saruê. O animal encontrara-se em cima de um pequeno mamoeiro de nada mais além do que um metro, quando escutara o trovejo saíra armado com um facão, fora em direção e vira o animal, tentara o acertar, espanara com o fa

Itaberaba em poesia

Jameson Brandão Sou uma pequena menina Nascida, criada pelo Paraguaçu, Os braços da chapada me abraçaram Como me abraça tu. Vou te falar como tudo começou Desde a vinda do tal conquistador Até a igreja de Nosso Sinhô. Diziam que ninguém estava ali, Mas sabe atrás das grandes rochas? Vivia um povo artista Eram os índios Maracás, Do povo Tapuias. E para surgir a Itaberaba Um dia foi fazenda Lembramo-nos de Cajado, Que fundou a São Simão Na caatinga do nosso sertão. Mas pensa que acabou por ai? Depois foi só crescimento Veio à pequena igrejinha Que podia ser até um convento. Se tudo está crescendo, Lembramo-nos do rosário, Foi construída ao centro forte, Senda ela força e grave Tornou-se uma vila Que de tão bonita, Tornava-se poesia. Mas e dom Vasco Rodrigues? Sabe-se lá para onde ia? Mas deixou conosco pertinho, Os caminhos de tal folia. E o tempo foi acelerando Pessoas por aqui passando, Tudo de ma

Semana de Cultura Itaberabense: Escola Municipal Carlos Spínola da Cunha

"A reciproca foi imensa, obrigado" Somos todos cavaleiros que procuramos a todo o momento estar sempre unido a criatura, somos garças sobre a água, somos todos águas que jamais retornaram a sua devida morada. Durante a Semana de Cultura Itaberabense, fui convidado a estar escrevendo alguns poemas para serem declamados pelos alunos da  Escola Municipal Carlos Spínola da Cunha, no povoado de Guaribas, fiquei muito lisonjeado pelo convite e escrevi alguns poemas exclusivamente para esse evento, convite esse, que só tenho a agradecer a Jamile Oliveira  por ter me proporcionado ter vivido uma reciprocidade imensa naquele lugar. Saio desse lugar esbaldado de bons frutos, pela alegria, carinho e a simplicidade em que me receberam. Agradeço também a toda direção, coordenação, professores, merendeiras... todos, porque é somente quando nos unimos é que somos capazes de surpreender e ser surpreendidos, a filosofia da vida não é única, mas pode ser sintetizada em partes como um