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Mostrando postagens de junho, 2016

O Assaltante (poema)

Jameson Brandão Felizmente o cansaço me tomou Como pedia eu a suplicar, Que os sonhos sejam belos O amor contínuo As destrezas contáveis, Ao observar e agir contra o bandido, Que pulou o muro com facilidade. Acordei meu pai, Ele é o meu reforço, Peguei o facão Desci decidido a matar, Quando o vi Manuseei o facão em sua coluna Mas ele ainda correu, Peguei o facão e como em um único golpe, O golpe certeiro, Parti a sua cara em dois. Agora vou dormir, E o corpo, amanhã recolheremos, Mas por enquanto, Vou me deitar e esperar o próximo. Que o outro seja maior, Mas esse é ladrão legitimo, Foi silencioso Mas não mais que eu, Agora está esfriando para amanhã, E hoje estou descansando Pensando no próximo saruê.

Velório da Ética (soneto)

Jameson Brandão O caixão no meio dos poderes Os homens de preto dizem que choram Segura a alça do caixão com notas de cem E leques com cheques por causa do calor. E descem as escadas abaladas O atestado retido nos escritórios E as chaves enganadas com as loucuras Fecham o vidro onde mostra a face da ética e disfarçam aliviados pensando que acabou. No cemitério choram Dizem que é de tristeza Mas sabemos que é tudo fingimento, é apenas alegria derradeira. O caixão desce na cova e as madames dizem que querem ir Escorregam e caem na cova e gritam "corre socorro, me tira daqui!" Mas tudo enganação, a ética estava viva e a enterraram de forma bandida.

Ética (soneto)

Jameson Brandão Nada posso dizer se me oprimem Apenas sentir mudo e calado Não por covardia Mas sim por estratégia. Querem decidir E eu apenas evoluir Não pisando Não mordendo. Mas apenas visando Colhendo os ramos verdes Despedaçando os espinhos. A espera é precisa A ética sendo abalada nos palácios, E a flores são eternas companheiras dos velórios enramados.

A Casa da Avó Biinha (conto)

Jameson Brandão Voltei. Depois de anos. Voltei. As lembranças me acometem as lagrimas e aos risos. Comecei a andar pelo inicio de tudo, a observar onde um dia meus sentimentos esbanjavam alegria, onde a comida era a melhor do mundo. Mas hoje é diferente, quando andava pelo mesmo caminho vi tudo diferente, a cerca podre, as estacas sem as lanças, e o chão de mato já havia acobertado o caminho de terra batida. A ruína era percebível, não porque alguém quis, mas sim pelo tempo que ficou vazia, como uma simples garrafa de ar. Andava lentamente pelos caminhos escolhendo a respiração, lembrar-se do abraço, dos seus cabelos brancos, e sua pele negra me torturava. A casa fechada, paredes ao chão, mas nada disso importa mais, são apenas lembranças, lembranças essa de quando subia meu primo e eu no alto dos murundus a brincar, a entrar no buraco dos fornos e das chaminés e lembrar-se-á dos meus pais dizendo que quem entrasse ali iria ficar preso porque as paredes iriam se fechar e

A fé (poema)

Jameson Brandão Pode perder a fé nos pastores! Pode perder a fé nas igrejas! Pode até tudo perder Mas uma coisa te peço Só não perca o laço Aquele que é eterno Num único ser, Não vejo mas sinto Sinta mais Jesus! Assim como eu sinto!

A Pedra do Vaqueiro (reconto popular)

Há muito tempo atrás, em uma sexta-feira santa, quando a madrugada ainda se tornava criança ao som do galo, em uma fazenda situado no rosarim, em determinado período um dos gados fugiu do curral e foi em direção ao monte Bom Jesus, no caminho as velas e as oferendas clareavam a estrada, mas naquele período sabia-se que os moradores não podiam sair de suas residências por respeito ao dia santo. No entanto, o vaqueiro mesmo sabendo da situação, por não querer chatear seu patrão resolveu ir assim mesmo atrás do gado. Então foi, começou a perseguição do animal morro acima. A mata era densa, e o animal violento, para o vaqueiro, o seu maior companheiro era o seu cão e o cavalo, que o acompanhavam em suas labutas diárias. Ao chegar ao topo do morro, o animal ficou mais agressivo, o cachorro junto com o vaqueiro e o cavalo foram encurralados pelo animal e em um espasmo de segundo, o boi investiu contra eles já quando se situavam a beira de uma grande pedra, a mais alta. O vaqueiro e seus

As Loucuras de Neliticia e os Psicólogos da Morte (contos)

Jameson Brandão A rua hoje está muito movimentada. Neliticia, uma dona de casa que nunca se casou encontra-se em sua residência, varrendo o chão, lavando a louça, cuidando da mãe. Isso mesmo, cuidando da mãe. Vive com ela e nunca se mudou, sua mãe é uma idosa que está muito debilitada, ao auge dos seus noventa e quatro anos, precisa de ajuda. Onde mora é uma rua tranquila. Mas isso até a chegada dos psicólogos da morte. A noite na casa de Neliticia é muito difícil, os seus sonhos são os de outrora, onde parece está muito longe, tão longe que o céu está mais próximo. Podia ela chorar nas madrugas e gozar de seus sonhos como se fosse realidade. Mas infelizmente Neliticia não concluirá seus sonhos. O despertar é para poucos, e no auge de sua juventude ainda o torna mais triste, quarenta e cinco anos ainda não vividos. Mas ela acordou para o café do dia e talvez consiga suportar o suor da tarde e os calafrios da madrugada. Porque a noite será de surpresas, não sei te dizer se

Momentos de Tensão (contos)

Jameson Brandão - Tu não viste homem? Tu olhavas para onde que não viu? - Oh mulher! Para lugar algum! Tu não viste que estava eu ao teu lado? - Até pareces! Tu trates logo de confessares, ou vou dizer umas boas para tu. Aqui mesmo, no meio do... - Oh mulher! Que isso! Parecestes que não me conheces mais! - Mas oh homem triste! Dareis uma bofetada na tua face, se tu não me disseres para ondes olhavas! Em! Responde oh homem! - Mulher! Para lugar algum, estavas eu, a olhar para baixo, por isso não viste nada. - Homem! Não acredito que não viu! Estou eu a tua frente e não vês? - Mas mulher! O que eu deverias ver?! - Oh, homem! Não vês minhas lagrimas?! Não sãos de bobagens! Mas do sofrimento que passo! - Oh, mulher! Perdoais eu, pela minha ignorância! Mas te prometo que vou melhorar! - Vai homem! Rápido, rápido! - O que mulher! O que? - Tá saindo, tá saindo! Corre homem, corre! - Esperais um pouco mulher, acabou! Segura, segura! - Então vai rápido homem

O Barroco (poema)

No começo eram as cartas, Mas no meio a luxuria, Onde eram sós os verdes Tornou-se a puta pura. Barroco, barroco Que encanta com o sabor, Sabor do ouro Ao olho comprometedor. Queria eu senti o gosto Mas qual seria a emoção? Talvez o pranto em desgosto Aos padres cantando com sensação! Suavidade nos timbres instrumentais Melodia forte e enérgica Arte que começou na Europa Chegou ao Brasil e se fez arte e bela. O período foi pioneiro na riqueza O barroco em minas Ou mais simples Nas catedrais da Bahia. Lembrar-se do aleijadinho O sermão do padre Antônio A relembrar a carne da carne Do Gregório de Matos. As flores eram míopes Ao contraste do ouro E a riqueza da madeira Que marca e encanta o barroco. Lembrar que foi muito rico Mas muito vergonhoso O trancar da fé Pela cobiça do ouro. Que teu manto me proteja, Porque a luxuri

A mãe que me ensinou a amar (poema)

Por: Jameson Brandão   Porque amar é  tão bom Sentir  as lagrimas continuas de alegrias Encher o coração  de amor Sentir mais uma vez o aconchego do teu colo Sentir a melodia da vida A esperança contínua da alegria Uma gratidão eterna Muitas vezes ofuscada Lágrimas e lágrimas A verdade que tudo foi possível Nas caidas e raladuras A armadura perfurada de sangue O amor que intriga a saudade Saudade essa que cura enquanto sangra Que jorra letras aos olhos E soletra palavras singelas ao ouvido Um amor único Ao primeiro sapato Ao primeiro tudo E em especial aquele abraço Que trás lembranças de paz Que me envolve no seu manto de amor Nas delicadas mãos calejadas Que me faz feliz Que corresponde a tudo sem ao menos pedir Que tudo isto tem um nome Nome com sinônimos de tudo bom Que se revela nas lágrimas de alegrias Nas lágrimas de amor eterno Não  importa o que faças me amas Amor que preenche minha vida Amor de Mãe, Especial de minha Mainha Marlene, a m

Primeiro Ato (poema)

Jameson Brandão No muco do meu corpo Escorre a seiva noviça Despertando a balburdia Em outrora demasiada Talvez a vida. O que me tomas pelo braço No ar chegas ao umbigo Mas no corpo tranquilo Talvez tremulo No gole do muco, me despido. Se fosse criança Era inocente Agora um jovem É inconstante, A um velho aborrecido. Nos cantos noturnos Achegam-se os jovens Muitos e diversos Jovem com jovem Se achegando na ponta dos pés. Quando se encontram Suspiram ofegantes Ambos desejando O primeiro encontro E às vezes suplicando. A emoção do ato Como se nunca o tivesse visto Verdade que não praticou Não sentia a emoção Mas sim o sentido de fazer. Sentir o cheiro A gozar do primeiro contato Aqueles que nos instigam E ao mesmo tempo A saborear o prazer do ato. Como são inconstantes Podem ser demaseios severos Ao pun