Jameson
Brandão
Voltei. Depois de anos.
Voltei. As lembranças me acometem as lagrimas e aos risos.
Comecei a andar pelo
inicio de tudo, a observar onde um dia meus sentimentos esbanjavam alegria,
onde a comida era a melhor do mundo. Mas hoje é diferente, quando andava pelo
mesmo caminho vi tudo diferente, a cerca podre, as estacas sem as lanças, e o chão
de mato já havia acobertado o caminho de terra batida.
A ruína era percebível,
não porque alguém quis, mas sim pelo tempo que ficou vazia, como uma simples
garrafa de ar. Andava lentamente pelos caminhos escolhendo a respiração,
lembrar-se do abraço, dos seus cabelos brancos, e sua pele negra me torturava.
A casa fechada, paredes
ao chão, mas nada disso importa mais, são apenas lembranças, lembranças essa de
quando subia meu primo e eu no alto dos murundus a brincar, a entrar no buraco
dos fornos e das chaminés e lembrar-se-á dos meus pais dizendo que quem
entrasse ali iria ficar preso porque as paredes iriam se fechar e ficaríamos
presos para sempre, é ai que corríamos saindo de imediato daquele lugar. Hoje
são apenas lembranças, o que eu quero não existe mais, somente na memoria.
Quero eu só mais um abraço da minha avó com seus cabelos brancos, e com seu
cheiro de roupa passada e molhada como se fosse retirada do guarda-roupa.
Queria eu só apenas isso. Queria eu apenas, a minha querida avó Biinha.
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