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Mostrando postagens de abril, 2016

Sentimentos (poema)

Jameson Brandão Porque não andas, Pelas veredas da noite! Sentir o medo do escuro, E o calor dos teus braços! Sentir a luz a Ofuscar os caminhos. Mas o vento é impetuoso, Traz com ele o cheiro da morte. E leva com ele, A luz da saudade. As flores não somam, Mas as vejo. Mas no escuro da noite, Encontro meu silêncio.

Flores e espinhos (soneto)

Jameson Brandão Quero ser todos os momentos felizes! E os seus sorrisos a embelezar a face, Quero ser todos os dias! Caminhar sem temer o tempo e suas passadas, Quero ser como as libélulas! Afável e colorida, como o lindo arco-íris, Quero ser como as destrezas da vida! E guerrear nas calçadas! Quero casar com vento! Penso onde me levaria e até nunca repousar, Quero casar com a vida! A iluminar a presença do primeiro choro, Quero devolver ao cansaço! As suas obras que queriam me afogar, Quero viver com o tempo! Para sempre voltar e refazer o errado! Não quero choro! só lagrimas encalçadas na alegria, Não quero os grandes! Mas só os que me tocaram intimamente, Não quero sofrer! Mas os encalços se aproximam! Não quero pensar no que penso! Um dia pensei, mas penso que pensarei, Não quero o amargo! Só as raspas de amor e singeleza, Não queiras

Sofia e a véspera (conto)

Jameson Brandão No leito do hospital encontra-se a pequena menina. Seus pais ao lado, cabisbaixos. A mãe encontra-se lavando o chão com as lagrimas, o pai, mais seguro, mas os olhos revelam suas marcas. A noite continua a passos lentos, não quer deixar entrar a manhã e ela se achegar, para que os raios de sol iluminem os corações e aquecem mais a vida tremula. No quarto, nada é agradável, o cheiro de álcool misturado com suor e sangue. A vida parece até não passar. Não passa. Continua exuberante para quem um dia soube aproveita-la, e que tenha tempo para aqueles que querem, mas não podem. Saudade, saudade. Porque chega-la agora? O coração está tão pequeno, o mínimo do mínimo. E as aventuras, sentimentos, não se desvaem. Permanece intacto, mas como uma brecha entre abismo e paraíso. Porque naquele dia ela estava ali? Não poderia ser eu? Só não foi. Mas devia. A cada momento fica mais tenso as sensações no hospital, a parede branca não transmite paz, mas o caminho da mor

Olhos assinam contratos (conto)

Jameson Brandão Está noite, logo após a faculdade, resolvi como toda noite aguardar meu amigo de infância ao termino de seu trabalho, mas foi numa simples caminhada entre nossas casas que começamos a conversar sobre os sonhos possíveis futuros e ele sobre os sonhos possíveis passados. Até parece uma incógnita do tempo e dos pensamentos, bem, mas eles estão vivíssimos e as marcas do passado refletem no futuro. Aos quinze anos teve oportunidade de jogar futebol fora do país, realmente sempre observei sua conduta entre campo bola e jogador, isso desde os tempos da alfabetização em que estudamos juntos na Escola Municipal Monte do Paraiso, com certeza tudo era um paraíso até a infantilidade. Na adolescência tudo muda, seus gostos, desejos. Adolescentes, almejam o mundo em suas mãos. Mas os seus olhos assinavam para mim uma escrita profunda em veridicidade no meu ser, ao instante em que dizia que o seu sonho ainda é ser conhecido pelo seu trabalho, ser famoso, no entanto, perguntei a

Dia de São Berto Lameu (conto)

Jameson Brandão Era um dia santo, e tudo começara em uma sexta feira. O vento e o barulho da floresta se manifestavam e se mostrara vivos, mas o dia era santo, a noite também. Ao cair da tarde, o crepúsculo manifestara-se de forma abstrata, o vento não era o mesmo, a floresta também mudara. Um senhor muito supersticioso que tinha por volta de seus setenta anos, na roça se encontrara, se quer lembrara-se desse dia, mas não estava sozinho, fora com seu companheiro Boca-Preta, o amigo cão inseparável de suas viagens. Ele dentro do barraco tomara seu café e se preparara para repousar, o dia no campo é difícil, o trabalho é pesado e o sol é quem mais castiga o trabalhador. Foi quando do lado de fora da casa um trovejo se formara, o cachorro tinha acuado um saruê. O animal encontrara-se em cima de um pequeno mamoeiro de nada mais além do que um metro, quando escutara o trovejo saíra armado com um facão, fora em direção e vira o animal, tentara o acertar, espanara com o fa

Pensamentos eróticos (contos)

Jameson Brandão Hoje eles fizeram diferente, na verdade o mesmo que ontem, no caminho pra casa eles se trolavam, mas se divertiam, aquela massa gástrica crocante na mão, ambos comiam parecendo fazer nado boca sincronizado. Já era quase 23h20, dobramos a primeira esquina, a segunda, é, mas nessa foi diferente, no silencio acalentado da noite o carro azul e os cinzas passam, tão quietos e sem sirenes, troavam impetuosos nossa imaginação, e em um simples minuto avassalador eles... Mãos pra cima vagabundos! Nossas pernas tremeram, o camarada saiu do carro, nos jogaram na parede branca, nos revistaram até o intimo, um dos homens me apalpou de maneira diferente, enconchou em mim, colocou suas mãos em minhas intimidades, sussurrou no meu ouvido, pensei que seria agora o meu ato. Eles passaram e nem me tocaram, esses vagabundos nem olharam pra mim, que raiva decidida dos meus pensamentos mais obscuros. Cada um foi para sua casa e foi apenas mais um dia.

Eu olhos, violeta (contos)

                                                  Jameson Brandão A lua está linda. Os bosques transmitem frescor e delicadeza de perfume, olhos de luz acinzentam o olhar, tudo se torna cinza, as arvores os gigantes deixam sobre eles os ventos delicados de formas invisíveis ao cair da folha. Rumores correm ocultos, mas só vejo vultos, lilás cinza amarelo chô. Morangos uvas rastejam como cobra, no buraco o camaleão some, nos altos galhos teiú e seus insetos. Cabelos compridos emendam de fios complementam a ementa do distrito, como cachecol ao tremer das pernas ao bater dos queixos se revela violeta a cinza da vida verdade. Vida nua lua, casa morango banana abacaxi, arte riscos arte colheita e suor no campo, rega o homem quente ao sol gelado. Pedaços talhos talha a cuia. Chora a gente da gente folhada nas rosas do horizonte. Galhos fortes cortados selados ao monte. Mata matagal capim. Mata capão bosque violetas e o capim bufo. Sela a sela ao bicho nicho no cavalgar saltitante d

Aninha o sitio e o inexplicavel (contos)

Jameson Brandão Aninha tem cinco anos. Vive intensamente as pegadas e castelos de areia na praia, vive intensamente as corridas e carreiras, e ainda o melhor, usar o batom da mãe a se lambuzar toda como se fosse manteiga, usa os sapatos gigantes enquanto sua mãe repousa depois do trabalho, na escola, um amor de criança, corre e brinca de pique esconde, a merenda é uma festa e melhor, quando sua mãe mesmo ocupadíssima e vem lhe buscar na escola, não tem melhor festa, os professores elogiam, se despedem calorosamente, hoje é sexta feira.          Aninha vai a fazenda de seu avô, irá se divertir muito, vai poder andar nos cavalos, tentar pegar um peixe na lagoa, trepar em umbuzeiros e mangueiras, fazer comidinhas de terra com a priminha Ana Julia, elas não se conhecem, mas será divertido. Sua mãe Tereza entra no carro, coloca a Aninha no banco de trais com a cadeirinha, e ali então quando o carro da à partida, bem, agora Aninha tem espaço pra conversar tudo com sua mãe, uma

Triste Aniversário Triste (contos)

                                            Jameson Brandão Hoje estou muito feliz, estou completando mais um ano de vida, sabe, onde moro é difícil chegar na minha idade, sem se relacionar com drogas, se viciar, sabe como é né, as coisas em lugares que não tem nada para gerar renda, para se envolver basta sua mãe sair ou um colega, daqueles parça vim e te chamar prum negócio novo, oh mano, tu sabes que se é parça a gente não diz não e vai. Completei dezenove anos. Os presentes dos meus manos foram um pacotinho, tava até bonitinho, enrolado com papel de presente e tu custa acreditar que tinha até um laço, parecia presente pra mulher, mas sabe como é né, presente é presente, fiquei radiante, lembraram-se de mim, peguei, abrir e era o sal. Estou com pressa, sai de onde estava não acreditando no que vi e ouvi. Tiago parceiro desde os cinco anos, André desde o fundamental e Rodrigo, praticamente nascemos juntos. Já estou meio decepcionado, o que houve com aqueles meninos, meus irmãos,

Jardim da Saudade (contos)

                                             Jameson Brandão Depois de um longo dia de trabalho, um acesso as redes sociais, coloca as conversas em dia, comenta, compartilha, abre os e-mails e responde as conversas atrasadas que durante o serviço não pôde responder. Bom, agora tomar banho, depois um café, assistir televisão e quem sabe ver alguma noticia interessante. Mas o que a TV mostra está chato, o sono sopra e abraça quentinho no sofá, quando percebe que está cochilando, retira os óculos, nesse instante sua amiga desde os tempos da faculdade lhe liga, precisando vê-la urgente, precisa de um consolo, brigou com o namorado, que queria força-la a algo que ela só queria depois do casamento. Então se retira o carro da garagem, espalma o sono para o horizonte. A avenida está muito movimentada, ainda é horário de pico em Salvador, logo nos primeiros quinze minutos de viagem encontra um breve engarrafamento, parece que alguém estava em alta velocidade num Gol prata, carro até c

Os canibais em; A cidade mal assombrada (contos)

Jameson Brandão Tudo começou há muitos anos atrás , uma pequena vila começou a ser construída em cima de um cemitério.   Antes chamada de vila do orobó, hoje Itaberaba, lá na vila havia poucos moradores e como era longe de uma capital e de uma cidade grande os moradores viviam a temer, pois antes vila do orobó era assustada por algo que ninguém conseguia explicar o que seria. Um morador cansado de viver em casa trancado de dia a noite resolveu uma atitude tomar, esperou essa tal coisa aparecer, mas quanto mais ele esperava mais ansioso ficava. Próximo da vila havia uma tribo de índios chamados tupi guarani, esses índios tinham rituais de sacrifícios, toda noite perto da vila dava para se ouvir gritos de pessoas, agonizavam e gritavam por socorro. Quanto mais gritavam, mais eram torturados em seus rituais e cada vez mais a vila se amedrontava de medo e horror, todos da vila queriam se mudar, mas para onde ir se essas coisas os perseguiam? O morador quando viu os gritos sa